Rivalidade por Arão vale a pena?

No dia 14 de Dezembro de 2015, o Fla anunciava William Souza Arão da Silva, e a partir daí, começava um grande resquício de oponência tanto dentro quanto fora de campo contra seu antigo clube, Botafogo.

Nunca houve tanta rivalidade entre Flamengo e Botafogo como hoje há, lembro-me vagarosamente, para ser mais exato, as finais de 2007, 2008, 2009 e 2010. No entanto, não passavam de finais de campeonato regionais, algo bastante efêmero que logo findou-se como o retorno de Eurico Miranda anos depois(Presidente que declaradamente assume a sua "rivalidade" contra o Flamengo).

Uma vez, um amigo gringo me fez o seguinte questionamento, "Porque os times no Brasil são inimigos?". Pela primeira vez fique sem palavras, não sabia o que dizer, porque no fundo, bem lá no fundo, ele tinha razão. Disse a ele depois mais sã que, infelizmente, não havia um divisão entre rivalidade e profissionalismo. Torcedores de arquibancada eram dirigentes, vices de comunicação, quiçá presidentes. Disse também que era uma característica da cultura brasileira, como o próprio jornalista francês do "Le Monde" havia analisado, "Brasileiro não torce, ele quer ganhar. Sempre ganhar, a qualquer custo, sob qualquer circunstância."

Essa inimizade tem um preço segundo o Botafogo, 20 milhões de reais(Preço que está cobrando por William Arão na justiça). Mas imaginemos se os clube fosse profissionais, ou melhor, maturos a ponto de conversarem sobre seus interesses. Algo que seria benéfico não só para as torcidas terem um mínimo de respeito, mas também a seu retorno financeiro aos clubes.

- Vejamos:

* No jogo polêmico de ontem entre Fla x Bota no Nilton Santos obteve-se uma arrecadação de quase 1 milhão de reais com pouco mais de 20 mil pessoas no estádio. Agora imagine numa partida de libertadores com capacidade máxima, algo em torno de 45 mil com ingressos um pouco mais caros?

*E para o Botafogo que poderia negociar partes do estádio junto ao aluguel, quanto ganharia com isso? Já que ganhou em torno de 200 mil(Fixo) no clássico Flu x Vasco.

Enfim, é uma discussão que não precisa de um QI asiático para se ter. Mas precisa de maturidade e profissionalismo, algo que frequentemente vem faltando a ambos os clubes.